UVA DO MÊS


GAMAY: A UVA DO BEAUJOLAIS NOUVEAU - NOVEMBRO 2017

GAMAY:

A uva do Beaujolais Noveau, que é lançado mundialmente toda terceira quinta do mês de novembro, que nesse ano será dia 16.


A Gamay é uma uva tinta da família das Vitis vinifera cujo nome completo principal é Gamay Noir à Jus Blanc. Provavelmente surgida de uma mutação da Pinot Noir, produz vinhos leves como o Beaujolais no Sul da Borgonha.


Ela é plantada na França, principalmente no Sul da Borgonha (região do Beaujolais) e no Vale do Loire.


Na Suíça, ela é cortada com a Pinot Noir (com quem o parentesco, foi comprovado em testes de DNA). Outros países a cultivarem essa cepa são Canadá, Estados Unidos, Itália, Nova Zelândia, Austrália e Croácia.


Trata-se de uma uva tinta de pele escura. A videira da Gamay é vigorosa e muito produtiva, o que inclusive foi motivo de certa desconfiança em relação à cepa, na Borgonha. Trata-se de uma cepa que brota e amadurece precocemente.


Os vinhos varietais produzidos pela Gamay são reconhecidamente de caráter frutado e leve. Os aromas comuns são cerejas vermelhas e morangos, às vezes com notas de banana e até de chiclete (muito evidentes no Beaujolais Noveau e Village). Quando cultivada em solos de granito, a Gamay pode também remeter a framboesas e pimentas.



BEAUJOLAIS:

Produzido com a uva Gamay, o nome desse vinho deve-se à pequena província francesa de Beaujolais, ao norte de Lyon. A AOC Beaujolais oficialmente é parte da Borgonha, mas seu clima tem características mais parecidas com a região do Vale do Rhône. É denominação reconhecida desde 1937.


O vinho mais simples é o Beaujolais Nouveau. A terceira quinta-feira do mês de novembro é conhecida internacionalmente, no mundo do vinho, pelo lançamento da safra anual de Beaujolais, com o rótulo Beaujolais Nouveau. Esse é um vinho produzido em menos de 10 semanas por meio de um processo chamado de maceração carbônica, e é próprio para ser bebido jovem, potencializando seu caráter fresco e frutado. São vendidas, anualmente, mais de 65 milhões de garrafas de Beaujolais Nouveau, ao redor do mundo, em meio a um verdadeiro clima de festa nessa época. Destas, 12 milhões são de Beaujolais Nouveau Village, ideal para quem gosta de um pouco mais de estrutura e profundidade (que é lançado no ano seguinte à colheita).


Somente metade dos 2.500 produtores da região estão autorizados a produzir os vinhos com a denominação Beaujolais Village, que apresentam uma cor intensa com reflexos cereja ou grená, com aromas de frutas vermelhas onde dominam o cassis e o morango.


Existe também na região os Crus de Beaujolais, que são os melhores vinhos de Beaujolais. Ao todo, são dez terroirs especiais, denominados Crus: Saint Amour, Juliénas, Chénas, Moulin -à- Vent, Fleurie, Chiroubles, Morgan, Régnié, Côte de Brouilly e Brouilly. Esses vinhos costumam ser lançados um ou dois anos após a colheita, e ainda podem se desenvolver muito bem por alguns anos na garrafa, alguns podem resistir com qualidade até cerca de 10 anos de guarda



UM POUCO DE HISTÓRIA:

O Beaujolais nouveau sempre foi lançado como vin de l'année para comemorar o fim da colheita, mas até a II Guerra Mundial seu consumo era apenas local. Logo após sua criação em 1937, a AOC determinava que o vinho Beaujolais poderia ser vendido oficialmente apenas depois do dia 15 de dezembro no ano da colheita. As regras foram mudadas em 13 de novembro de 1951, e a Union Interprofessionnelle des Vins du Beaujolais (UIVB) formalmente estabeleceu 15 de novembro como a data de lançamento pela qual o Beaujolais nouveau ficaria conhecido.


Alguns membros da UIVB viram o potencial de marketing para Beaujolais nouveau. Vender vinho após poucas semanas da colheita era interessante economicamente...Com isso, a ideia nasceu com uma corrida para Paris para se entregar as primeiras garrafas da nova safra, que atraiu muita divulgação da mídia e na década de 1970, tornou-se um evento nacional. As corridas de distribuição espalharam-se para os países europeus vizinhos na década de 1980, seguidos pela América do Norte, e década de 1990 para a Ásia.


Em 1985, a data foi mudada para a terceira quinta-feira do mês de novembro para obter maiores vantagens na comercialização durante o fim de semana subsequente.


Atualmente o dia de lançamento do Beaujolais nouveau é comemorado com muita festa, fogos de artifício, etc...na região.


Salut! Le Beaujolais nouveau arrivera bientôt !


ROSEMEIRE FERNANDES GARCIA

SYRAH: A PÉROLA DO RHONE - agosto 2017

SINONÍMIA:

Hermitage na Austrália, Sira, Sirac, Sérine, Sèréne, Serine, Serinne, Petite Sirrah (diferente de Petite Sirah), Candive, Marsanne Noire.


Das uvas tintas conhecidas, é uma das mais antigas. Trata-se da sexta variedade com maior área plantada no mundo: cerca de 4% dos vinhedos do mundo ( perdendo apenas para Cabernet Sauvignon, Merlot, Airen, Tempranillo e Chardonnay).


O maior produtor é a França, seguido da Austrália e Espanha.



ORIGEM:

Existem algumas lendas e fatos concretos envolvendo a origem desta casta.


Alguns defendiam que ela veio da Sicília, região sul da Itália, mais especificamente da cidade de Siracusa; outros de que teria vindo da cidade de Shiraz, território do antigo império persa, hoje Irã, e teria chegado à França através de cavaleiros das cruzadas.


Sua origem foi definida em 1998, por um trabalho conjunto da Universidade de Davis, na Califórnia e o INRA (Instituto de Pesquisas Agronômicas) de Montpellier. Concluiu-se que resultava do cruzamento natural entre Mondeuse Blanche (uva branca) e a Dureza (uva tinta). A Mondeuse Blanche é cultivada em Savoia, Ain e Isère e a Dureza: em Drôme e Isère, conclui-se que ela teria se originado na região de Isère (Côte du Rhône Setentrional).


Há certeza da existência da Syrah na região, a partir do Seculo XII. Mas, o escritor Plínio, o velho, no século I cita uma variedade chamada Allobrogica, cultivada na terra dos Alobroges (que se extende de Genebra até Grenoble e do norte da Savoia até Vienne). Segundo Plínio era uma casta de maturação tardia que gostava de climas frios*, daí o nome Syrah, que seria uma derivação de Sérine, do latim “serus” (tardio)



CARACTERÍSTICAS:

A Syrah não tolera climas extremos, mas é naturalmente resistente a muitas doenças e adapta-se a muitos microclimas, daí ser plantada, na maior parte dos países vitivinícolas.


É uma uva de maturação tardia que dá vinhos de bom corpo, potentes e cheios de sabor. Suas notas mais características variam entre frutas negras (como mirtilos e amoras), violetas e azeitonas pretas, além de especiarias picantes, como pimenta do reino. Com o tempo, esses aspectos aromáticos evoluem e costumam surgir notas terrosas ou mesmo de carne mal passada, toques defumados, couro e trufas.


As condições de clima e solo da região vitivinícola, assim como o modo de produção, influenciam nos aromas e sabores. De modo geral, os Syrah do “Velho Mundo” tendem a apresentar mais acidez, pimenta preta e notas terrosas e herbáceas, enquanto nos países do “Novo Mundo” (como por exemplo: Austrália, Estados Unidos, Chile e Argentina, etc...) predominam a fruta, notas florais e de especiarias.


Os Syrah de maior projeção no mundo vitivinícola vêm do norte do Vale do Rhône, na França (particularmente da região de Hermitage) e da Austrália, sendo elaborado com uva Shyraz, o vinho Penfolds Grange, que colocou a Austrália no ranking dos melhores produtores de vinho no mundo.


Os melhores exemplares de Syrah da região de Hermitage, tem potencial de guarda que pode chegar a cinco décadas, assim como as melhores safras de Penfolds Grange.


No entanto, outras regiões vitivinícolas têm excelentes vinhos elaborados com a uva, muitas vezes com uma relação custo benefício muito boa.


Vide vinhos da Degustação: Syrah, a pérola do Rhone, que aconteceu em 30/06/2017 na ABS Sorocaba.


ROSEMEIRE FERNANDES GARCIA